30 por uma linha...

sábado, fevereiro 11, 2006

Senhor da Galileia processa padre Borga

Põe tua mão na mão
Põe tua mão na mão do meu Senhor
Da Galileia
Põe tua mão na mão do meu Senhor
Que acalma o mar.
Meu Jesus que cuidas de mim
Noite e dia sem cessar
Põe tua mão
na mão do meu Senhor
Que acalma o mar


O Hino desse grande clube recreativo e social que são os meninos de Deus começa a gerar polémica. Amadeu Frazão, reformado natural da aldeia de Galileia, concelho de Idanha-a-Nova, pretende processar o padre José Luís Borga por danos irreparáveis à sua dignidade pessoal provocados pela canção “Põe tua mão” que Amadeu considera fazer referências óbvias à sua pessoa.
“Está-se mesmo a ver que a canção é sobre mim,” afirma, explicando que “aqui na Galileia não há mais homens por isso o senhor da Galileia tenho de ser eu.” Com efeito, a aldeia da Galileia é uma das muitas aldeias quase desertas que existem em Portugal devido à saída da população para zonas do país onde a vida seja mais fácil ou mesmo para o estrangeiro. De momento, a população resume-se a Amadeu, à sua esposa e a duas irmãs octogenárias entrevadas, o que parece validar a sua argumentação.
O queixoso tomou conhecimento da situação há alguns meses atrás quando regressou à aldeia-natal depois de trinta anos emigrado no Luxemburgo. “Quando vinha para cá, começaram a passar a cantiga na rádio e eu estranhei até porque não conhecia o tal padre Borga de lado nenhum e não percebia por que é que ele se ia inspirar em mim para cantar aquilo mas quando cheguei a Idanha é que as coisas se complicaram,” recorda.
De repente, Amadeu começou a ser abordado na rua por desconhecidos que lhe davam a mão sem que percebesse por que o faziam. “A princípio, pensei que fosse por me conhecerem de algum lado. É que o meu snack-bar lá no Luxemburgo era muito frequentado pela comunidade portuguesa e não só e toda a gente gostava de me ouvir contar anedotas picantes... Até me chamavam o Cantinflas de Ettelbruck,” lembra.
O pior ainda estava para vir. “Apareceram-me uns malucos a pedir para cuidar deles e para acalmar o mar. Achei suspeito porque o mar fica a quilómetros de distância e foi então que percebi: eram maricas!” A rapidez com que Amadeu chegou a esta conclusão tem uma explicação. Ao chegar ao Luxemburgo, o seu primeiro emprego foi como massagista de uma sauna só para cavalheiros na capital do grão-ducado, onde aprendeu a reconhecer os traços identificativos da homossexualidade. “Não é fácil mas se um gajo estiver com atenção enquanto está a massajar os genitais de um cliente dá para perceber se o tipo é larilas ou não. E ainda por cima, naquele sítio eram todos maricas menos eu,” explica. Com a continuação dos assédios deste tipo, Amadeu contratou um advogado e decidiu avançar com um processo judicial contra o padre cantor e nem o facto de ser um sacerdote o fez pensar duas vezes. “Padre ou não, ninguém pode andar para aí a dar a entender às pessoas que eu gosto de ter pessoas a pôr a mão delas na minha,” refere, “Olha se ele se lembrasse de cantar ‘põe tua mão na mão de outra coisa qualquer do meu senhor da Galileia?”
Contactado pela Inépcia, o padre Borga preferiu não agravar a polémica, afirmando apenas que a canção em questão é cantada há vários anos nas celebrações eucarísticas e não é de sua autoria. De seguida, pediu licença para voltar ao estúdio onde está a preparar a gravação de um tema em conjunto com o rapper Pac-Man dos Da Weasel que terá como título: “O Senhor é um dread e a Virgem é a minha dama.”

2 Comments:

  • Ninguém normal se lembra duma história assim... quer dizer, não sei, acho que vou gostar da nova produção do borga co pac...

    By Anonymous Anónimo, at 13 fevereiro, 2006 00:31  

  • Aviso:

    « O departamento de investigações de Fátima, vem por este meio informar que esta história vai contra os principios da religião e que foi aberto um processo particular de investigação, e desde já avisam que o senhor que escreveu este post irá ser contactado no futuro a fim de prestar declarações numa sala privada algures em Minde, sala essa constituida por um quarto muito acolhedor, e que durante o interrogatorio haverá algemas, cabedal, chicotes e mais não dizemos; acrescento que esse senhor depois de ser tocado pelo nossos mastros religiosos nunca mais será o mesmo »

    D.I.F. - Departamento de Investigação de Fátima

    By Anonymous Anónimo, at 13 fevereiro, 2006 09:25  

Enviar um comentário

<< Home